segunda-feira, 18 de abril de 2011

sábado, 16 de abril de 2011

SAKURA MATSURI: O JARDIM DAS CEREJEIRAS

Iniciamos o processo de treinos para nosso novo experimento: Sakura MatsuRi: O jardim de cerejeiras. Como prática recorrente, a troca com outros artistas, o MiMO, nesse processo conta a participação do grupo de pesquisa e experimentação do IFCE, Poéticas do Corpo, grupo vinculado ao CNPQ, sob a orientação da Profa. Dra. Mônica Marçal. O Poéticas esta representado pelas alunas Maurileni Moreira e Imaculada Gadelha.

Constituindo ainda as trocas, participam do processo, os alunos Goreti Smarandescu, Geane Albuquerque, Fátima Muniz e Victor Hugo Portela. Segue um breve release do experimento.

O Jardim das Cerejeiras é uma das obras mais conhecidas do dramaturgo russo Anton Tchekhov, o título homônimo é dado ao fato da casa de Liubov Andreievna e Gaiev, seu irmão, ter um maravilhoso jardim com lindas cerejeiras. A propriedade será leiloada, devido às enormes dívidas adquiridas por ambos. A cara de espanto dos nobres que se negam a acreditar que sua familiar e tradicional propriedade foi para as mãos de outros proprietários, reflete a cara de um mundo que absolutamente não deseja compreender e aceitar o futuro.

Sakura Matsuri, a floração das cerejeiras, espetáculo belo da natureza no Japão, onde o seu simbolismo é celebrado por todos, relaciona-se então com essa metáfora, a metáfora cíclica da vida, do homem e sua passagem sobre a terra, o eterno retorno, o devir, as relações sociais, políticas e culturais que traçamos nas nossas 650 mil horas de vida estimada do homem brasileiro.

Surgido a partir dos treinos em mímica subjetiva, treinamento energético, e a dança-teatro butoh, Sakura Matsuri: O Jardim das cerejeiras enfatiza o trabalho corporal dos atores/performers na fruição de uma dramaturgia corporal e na descoberta de um qualidade corpo-tônica-energética observada em cada uma das linguagens acima citadas, para se debruçar sobre a efemeridade de todas as coisas que perpassam o mundo, desta forma, o esquete é um resultado prático desta pesquisa cênica que o Teatro MiMO iniciou no processo de seus espetáculos As Lavadeiras e Mulieres, com nome ainda provisório de pseudo-butoh.

O esquete é composto de três quadros: a criação do mundo, a travessia e o jardim de cerejeiras, e nele versamos sobre o surgimento do mundo e o eterno ciclo de passagens do que se faz presente no efêmero das relações: passam as alegrias, as tristezas, as conquistas, os amores, as pessoas, o vivo e o não-vivo, e ao mesmo tempo que tudo se faz passagem, tudo se faz permanência.